terça-feira, 7 de outubro de 2008

Cabeça nas Nuvens

O cenário era composto de uma diminuta janela por onde estavam fixos os dois pares de olhos ao espetáculo que acontecia em alta velocidade lá fora.

Aquilo era privilégio de poucos, e eles, estavam lá, diante do que acontecia gratuitamente como presente do Universo.

Não se davam conta das outras dezenas de pessoas que coexistiam ali por acaso ou não. Não prestavam atenção em nada mais além das cores que assumiam as nuvens em resposta aos generosos raios do Sol e os desenhos formados por elas.

A impressão era que havia um grande vale, parecendo um “Grand Canyon” suspenso, formado por gelo que na verdade eram nuvens alvas e aparentemente macias como algodão.

Foi num momento de contemplação que ela se deu conta de tudo o que acontecia ao seu redor. Da grande gratidão que sentia por ser agraciada com tantos prazeres ao mesmo tempo.

Tinha uma sorte imensurável. Assistia ao espetáculo da natureza acontecendo de modo ímpar, como uma apresentação particular, como se houvesse sido planejado tudo exatamente para aquele momento único.

Sentiu uma alegria e paz profunda. Estava no céu, literalmente. Nada mais importava ali, além do balé dos raios do Sol sobre as nuvens e a companhia do par de olhos mais preciosos que poderia ter ao lado dos seus , que através da mesma diminuta janela, estavam lá para perpetuar aquele instante em suas memórias pelo restante dos seus dias.

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