quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sobre a Mulher e a Bola


As maiores banalidades podem nos levar a intensos processos reflexivos sem ter a princípio a menor intenção de que isso aconteça.

Essa semana eu estava na sala de espera de um consultório, olhando o nada, pensando na vida, e já estressada pelo atraso de mais de uma hora no atendimento.

É inevitável não prestar atenção às coisas e pessoas ao redor quando a espera se estende por um tempo maior que o previsto. Lá pelas tantas se aproximou do balcão da recepção um senhor bem arrumado, aparentando ter mais de oitenta anos, porém no seu mais perfeito estado de lucidez.

Ele olhou ao redor, encontrou um lugar vazio em um sofá que ficava do lado esquerdo da sala. Tão logo ele notou que havia uma cadeira desocupada que por sinal era ao meu lado, mudou de lugar.

Acomodou-se, cruzou as pernas e me dirigiu a palavra:

- Você sabia que a mulher é uma bola?

No mesmo instante eu pensei: não acredito que ele teve coragem de vir sentar aqui pra me chamar de gorda!Porém, sem deixar que ele notasse minha indignação perguntei:

- Por quê?

Ele continuou sua explicação:

- Aos vinte anos a mulher é uma bola de futebol, tem vinte homens correndo atrás dela; aos trinta ela é uma bola de basquete, tem dez homens correndo atrás dela; aos quarenta ela é uma bola de golfe, tem um homem correndo atrás dela; aos cinqüenta ela é uma bola de pingue-pongue, tem dois homens a jogando de um lado para outro; aos sessenta ela é uma bola preta de sinuca, a bola oito, todo mundo evita e trata de encaçapar as outras primeiro.

Não tive nenhuma outra reação a não ser uma raiva contida que se manifestou com uma observação breve:

- Pois é!

Logo depois eu fui chamada pelo médico para a consulta, mas fiquei com vontade de falar cobras e lagartos para o senhorzinho. Ainda bem que me contive, porque depois pude refletir melhor sobre a tal parábola ainda mais depois de tê-la contado àquele alguém que eu esperava tomar minhas dores, porém apenas me perguntou:

- A carapuça serviu?

OK. Mulher nenhuma quer ser comparada à bola, uma vez que estamos sempre inventando dietas malucas ou não para tentar diminuir as saliências e erroneamente minha primeira reação foi associar o comentário ao fator “peso”. O fato ainda não é esse. O fato é ser comparado à “objeto” desejável enquanto se tem “algo mais” para oferecer.

Por outro lado, usar a bola como metáfora que confere certo poder também não é de todo mal.
Talvez isso queira dizer que não importa qual seja a fase da vida que atravesse, a mulher é sempre o centro das atenções e com essa observação também não pretendo fazer nenhuma alusão ao feminismo descabido.

O melhor disso tudo não é olhar para a tal história pelo lado negativo da disputa, da competição ou da diminuição de possibilidades que o passar dos anos possa sugerir.

O mais positivo é enxergar que cabe à “bola” escolher os pés, as mãos, a raquete ou o taco de quem vai marcar ponto com ela.

Todo mundo corre atrás, mas é ela quem decide se vai querer marcar gol, cesta, ser lançada a distância, pingar na mesa ou cair num buraco. E isso tudo pode acontecer independente do tempo, da forma ou do tamanho da bola.

Vai depender muito mais da habilidade do jogador em mantê-la sob seu domínio.


Prize


We all need build our dreams, sometimes big, sometimes not too much.

The most of incredible things is a lot of opportunities that we have and how much time we spend with silliness.

People are worried about their lives. Nobody pay attention to the real important things. The humanity walks in a straight direction, looking for a reason to survive and support the hard pressure everyday.

It seems like we all are blind and being slaves of ourselves.

What we wait for?

The time goes by and we know that never back again.

Our dreams don’t fall to the sky like a rain drops.

We can build then. Only you could discover the reason within to do what you have to do.

All of us wish something with the fever of our deep soul, the thing that could make us happy like nothing more else.

Run to your dream. Don’t be care about how much time you will spend to make it real, don't be afraid, you have don't mind what the other people say.

This happiness will be the great prize for you!

I believe this thing : YOU CAN REALIZE ALL YOU WANT!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Quanto Vale o Show?



Ah, o tão sonhado período de férias. Depois de um longo ano de trabalho árduo, o merecido descanso. Mesmo para quem resolve –mesmo que sem motivos- passar as férias em casa, São Paulo e suas cidades oferecem uma diversidade de atrações para todos os gostos e bolsos, uma vez que existe atividade cultural indiscutivelmente intensa.

Sempre existe aquele dia em que você não programa absolutamente nada e as coisas, como que por mágica – ou malabarismo – acontecem.

Num desses dias de não fazer nada, fomos lanchar numa padaria não muito longe daqui e o não fazer nada começou a se transformar em um programa cultural divertidíssimo, a começar pela tradução simultânea em inglês do cardápio da padaria. Você consegue se imaginar numa viagem por qualquer país que fale inglês e pedir um “X - Everything”? Pois é, nem nós imaginávamos e isso não foi o pior. Sem contar com a propaganda de uma conhecida escola de idiomas impressa nas páginas do cardápio endossando (?) a tradução, mas isso é uma outra pauta.

Nós já tínhamos quase esgotado nosso repertório de conversa e gargalhadas quando resolvemos voltar pra casa.

Todas as vezes que resolvemos ir lanchar nesse lugar, se sou eu quem está dirigindo, costumo fazer um mesmo caminho, mas naquele dia, por acaso – ou não - voltei por um caminho diferente do de costume.

O semáforo de uma das avenidas fechou, e como há cultura de sobra nas ruas, havia um malabarista demonstrando suas habilidades bem em frente a nós que assistimos ao show na primeira fila.

Como é sabido, esses artistas ao terminarem a apresentação, passam de janela em janela por todos os carros arrecadando as contribuições dos – sem alternativa - “expectadores”.

Meu carro não é novo, tem pelo menos quinze anos de uso, embora até esteja em bom estado. Caso é que terminado o show, o artista passou pelo carro e fez que nem viu! Já foi logo pedir a contribuição para o motorista do carro que estava atrás, por sinal muito mais novo que o meu. Ora, naquele momento me deu uma pontinha de raiva pelo preconceito do rapaz. Talvez tenha me julgado “falida” só porque o carro é velho.

Se você tem um carro nas mesmas condições do meu e aprecia esses shows ao vivo, é hora de aproveitar. Sabemos que os carros com mais de vinte anos de uso já não pagam IPVA, e a partir desse dia eu soube, que carros com mais de quinze anos de uso, isentam seus motoristas e acompanhantes de contribuir com shows de rua.

Claro que isso rendeu assunto e gargalhadas pelo restante do caminho.

Preconceito a parte – mesmo que não de minha parte – nem tudo é tão ruim quanto parece ser.

Talvez eu devesse ter contribuído para surpreender o moço, numa próxima ocasião quem sabe?

Mas, pensando bem eu poderia processá-lo por discriminação... Huuuummm?????

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Nostalgia

Por mais que a tecnologia avance rumo ao inimaginável, jamais conseguiremos dizer com palavras o indizível, o inefável, o além consciência.

Não sou a pessoa mais feliz do mundo com as mudanças da Língua Portuguesa. Usando o velho jargão popular: não se mexe em time que está ganhando.

Já é tão difícil aprender a lidar com tantas regras e tantos acentos, tão lindo tudo do jeito como sempre foi. Não tenho nada contra a unificação do idioma nos países que usam a Língua Portuguesa, mas a beleza e a identidade de cada um está justamente nas diferenças. Ora, como vou adquirir o hábito de não usar mais o trema que demorei anos a fio para acostumar-me com ele. E o acento agudo nos ditongos, e o circunflexo em vôo (esse acento não se usa mais), se as ferramentas tecnológicas que temos disponíveis, como essa que agora uso para escrever esse texto, acentuam as palavras quando por ventura eu me esquecer de fazê-lo.

Longe de mim a idéia (esse acento não se usa mais) de ser rebelde e ir contra alguma coisa. Mas enquanto valerem as velhas regras, vou permanecer assim, sem mexer e tentando me adaptar.

Ficam criando maneiras de purificar as coisas do lado avesso. Complicar ainda mais aquilo que era complicado, mas já havia se tornado simples.

Sou uma desses milhões de pessoas que não sobrevivem mais sem internet. Utilizo esse veículo para expor minhas opiniões, para falar com meus amigos distantes, com os próximos, e para fazer tudo o que eu puder no conforto da minha casa. Porém, há de se concordar que se não fosse essa “febre” , a mudança das regras de linguagem tardasse a acontecer ou ainda nem acontecesse.

Um bem comum aliado a um mal necessário. É um misto de coisas. Relação de amor e ódio. Às vezes eu até acho que o problema seja eu. Por sorte, não sou a única que conversa pela internet no mensageiro instantâneo que ainda digita as palavras inteiras. Sinceramente, detesto o internetês. Caretice, conservadorismo, resistência, sei lá que nome alguns darão a isso. Caso é que eu não gostaria de emburricar. Já somos ultrajados demasiadamente com processos ditos culturais, mal fundamentados e que nos enfiam o lixo goela abaixo na música, na televisão, na imprensa escrita, nos sites internet a fora.

Deixo claro que isso não é um protesto, apenas um desabafo.

Eu amo a tecnologia, a rapidez das pesquisas nos sites de busca e toda a informação que me é disponibilizada no tempo exato.

Mas, como negar a saudade de passar tardes inteiras em bibliotecas fazendo trabalho de História em papel almaço, calejando os dedos de tanto escrever e de receber cartões de Natal pelo correio?

A única semelhança entre meus trabalhos daquela época e os de agora, é a falta dos acentos. Só que antigamente, eu me esquecia deles por não saber usar. Porém, o mais lamentável é ter de desaprender o que me custou a vida toda para entender.

Paciência... (esse acento eu ainda não sei se foi abolido e essa palavra é tudo o que me resta).