segunda-feira, 31 de março de 2008

Lápis e Borracha. Sorte de Quem os Pode Usar.



Aprender a conviver com as diferenças e limitações pode ser bem mais proveitoso que ficar procurando em outras pessoas as semelhanças que nada acrescentam.

Certa vez alguém me disse que só conseguimos assimilar algumas mensagens depois de refletir sobre elas mais de uma vez. Às vezes as maiores reflexões estão em coisas a princípio corriqueiras e sem sentido. Como sou muito curiosa e tenho o sentido de reflexão bastante aguçado, quase sempre assisto a um filme ou leio um livro mais de uma vez, e a cada vez descubro coisas novas. Isso porque a cada dia estou num momento novo, perspectivas novas, desejos novos.

Assisti “por acaso” pela segunda vez ao filme “Romeu e Julieta”, uma versão muito brasileira, paulista e de extremo bom humor que reverencia o grande clássico de William Sheakspeare.

Por trás de toda a realidade e bom humor da história romântica embasada no amor que tudo supera, vi a imensa ignorância a que se submetem as pessoas que idolatram neste caso, o time de futebol pelo qual torcem. Odeiam-se sem motivo real. Quanta energia desperdiçada.

O que mais me impressiona, é que cotidianamente as pessoas rotulam outras de boas ou más e questionam o caráter em virtude do time, da religião, da cor, da raça, integridade física e/ou mental, da condição sócio-econômica e cultural e tantas outras amenidades que daria uma lista infinita de citações.

Fiquei triste comigo. Já estive nas duas posições: a que julga e condena e a que é julgada e condenada. Ambas são terríveis. Mas prefiro ser julgada a cometer injustiça ao julgar.

Certas situações nos ensinam grandes coisas. Um dia desses estava a caminho do centro de São Paulo e chovia muito. Dentro do ônibus, um rapaz portador de necessidades especiais feliz da vida em sua cadeira de rodas moderna e motorizada, ficou ao meu lado enquanto a viagem seguia e eu lia um livro. Puxou conversa comigo, falou da chuva e da preocupação que naquele momento ele tinha com uma outra pessoa que estava do outro lado do ônibus, na mesma condição dele, porém a cadeira de rodas dela era mais humilde e empurrada por uma moça que deveria ser filha ou neta da senhora em questão.

A minha surpresa foi ainda maior quando ele ao ficar observando aquela mulher ser empurrada por outra pessoa para descer do ônibus, ficou preocupado com ela que iria tomar chuva e me perguntou se eu tinha guarda-chuva e me aconselhou que me abrigasse até que a chuva diminuísse para que eu não adoecesse. Alguns pontos depois, despediu-se sublimemente e desceu.

O que isso tem a ver com o filme? Bem, são situações desconexas até certo ponto. Mas o que quero dizer é que tem gente que passa pela nossa vida só pra apontar aquilo que você deve corrigir enquanto é tempo.

Renato Russo quando cantou “ Pais e Filhos”, principalmente quando canta o refrão: “ é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, certamente deve ter vivido alguma situação que lhe mostrou o quanto amar incondicionalmente faz crescer. Foi o que vi nas palavras do moço no ônibus, amor simplesmente.

Estamos muito longe da perfeição. Mas ela deve ser uma busca diária. Ser alguém mais compreensivo, menos inflamado nos faz sentir bem melhor e melhora a vida dos outros ao nosso redor. Essa situação, embora pareça corriqueira, foi para mim um divisor de águas.

Sorte eu ter escrito algumas páginas a lápis além de ter uma borracha eficaz. Aquele moço nem imagina que a sua atitude fez-me querer passar a limpo o rascunho de vida que eu tinha rabiscado até aquele dia.


sábado, 29 de março de 2008

Era uma vez, uma casa ...



Ainda tangendo o post anterior, há o que se dizer a respeito da casa imaginária que cada um pode representar a alguém.

Não são poucos os escritores e poetas que reverenciam o amor e o ser amado como alguém que lhes habita os corações. Coração é lugar sagrado, é uma casinha, tem porta, fechadura e chave. Às vezes tem uma janelinha, daquelas iguais às das portas antigas, em que conseguíamos ver antes quem estava batendo e pedindo para entrar.

Tem gente que usa o coração da gente como abrigo só até a chuva passar. Tem gente que vem e toma conta, assim meio que invadindo, feito um sem-terra. Vai ficando. Um dia cisma e vai embora sem sequer preocupar-se em juntar o lixo. Tem gente que só vem visitar, passa um tempo suficiente para um café, se despede e sai. Às vezes não agradece, não se despede e ainda larga a porta aberta.

Por outro lado, tem gente que faz morada perpétua. Chega de mansinho, quando tudo está vazio. Se gritar lá dentro, o eco chega a assustar. Recolhe o lixo, tira o mofo, pinta as paredes com cores alegres, coloca a mobília, enche o espaço. Perfuma, enfeita com flores, anima com música.

Ser casa para alguém ou morar em alguém é o que empresta sentido à vida. Não somos plenos. Não somos auto-suficientes. Aquele que vem morar em nós, trás uma série de vivências e anseios que nos ensinam a ver tudo de maneira melhorada, ensinam a compartilhar o que também somos e almejamos ser.

Vejo todos os dias pessoas que moram em casas suntuosas e não têm nenhuma casa humana pra morar. Dinheiro não compra afeto.

Bom é saber que naquele dia que você está bem cansado e vai se aproximando da porta entreaberta, encontra o conforto que precisa para aliviar as dores dos dias difíceis. O amor transcende o contato físico.

Dentro dessa casa humana, o amor é aquele sofá da sala que te aninha sem te perguntar absolutamente nada. Apenas te empresta o que ele tem de melhor para que você descanse e se refaça.

A sabedoria imaterial em que é fundamentado o amor pleno, seria um bom começo para a humanidade curar-se de seus males.







































































sexta-feira, 28 de março de 2008

Mãos à Obra !

Dificilmente alguém nunca tenha passado pela experiência de construir ou reformar sua casa. Alguns podem ter sido testemunhas dos dois feitos durante a vida, e não raro, mais de uma vez.

Construir leva um tempo maior. Primeiro é necessário ter um terreno e deixa-lo em condições para receber a construção. Dependendo do tamanho da obra, o planejamento exige muito esforço e dinheiro, além de bastante gente envolvida para o resultado final ter êxito: o arquiteto ou engenheiro, o projetista, o mestre de obras, pedreiros, serventes, pintores, decoradores, jardineiros, eletricistas, encanadores e tantos outros trabalhando em grandes movimentos ou pequenos detalhes para se chegar ao objeto de desejo: a casa pronta e arrumada.

Lembro-me com saudade de um tempo que fui testemunha da construção da casa onde morei com meus pais. Que delícia era pensar na casa nova.

Antes morávamos numa casa antiga. Fora do meu bisavô, depois dos meus avós e por fim, dos meus pais. Era grande, aconchegante embora não tivesse conforto. Quando chovia, era uma loucura. Chovia mais dentro que fora de casa.

Quando nos mudamos, compramos tudo novinho. Casa, móveis, um quarto para cada um. Cada detalhe pensado e colocado no seu devido lugar. Foi um momento lindo.

Com o passar do tempo, a pintura estragou, os móveis envelheceram, o carpete desgastou. E aí começou um processo tenebroso: A REFORMA.


Assim como nas estruturas de concreto, as pessoas também passam pelos dois momentos distintos: a construção e as reformas ao longo da vida.

Passamos nove meses dentro do ventre de nossas mães que é nossa primeira casa. Durante o processo de formação, somos construídos dia-a-dia, todas as nossas células, como tijolinhos acentados um a um, formando o todo. Depois do nascimento, a construção continua, com a formação da personalidade, do caráter, dos valores pessoais e de tudo aquilo que compõe essa obra que é cada um de nós.

Ao longo dos anos, também nos desgastamos e estraga uma coisinha aqui, outra ali. È hora de lixar paredes internas, de colar isto ou aquilo, de jogar lixo fora, de varrer o chão. Num processo de reforma, as pessoas ao redor sempre acabam sofrendo algum tipo de incômodo: a poeira, a tinta que respinga, a janela sem cortina, uma vidraça quebrada. Nem sempre aqueles à nossa volta estão preparados para enfrentar esses adventos.

Normalmente quando estamos nesse momento de reestruturação, acabamos machucando alguém próximo, algumas vezes até por descuido, como quem sem querer esquece no chão um pedaço de madeira com prego enferrujado virado para cima. O mais desavisado vai lá e pisa, bem em cima. E aí, já viu, nem preciso continuar dizendo o que acontece depois.

O território em reforma é frágil. Cheio de avisos: não toque aqui ou ali, não pise, não entre, use equipamentos de proteção, saída de emergência.

Para evitar quaisquer mal entendidos, vou criar e usar a partir de amanhã uma camiseta que talvez ajude a mim e a muitas outras pessoas que nesse momento passam pelo mesmo processo. Nela vai constar a seguinte inscrição:

“DESCULPE O TRANSTORNO, ESTOU EM OBRAS PARA MELHOR ENTENDERMO-NOS”.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Por trás da Porta



A vida tem uma dinâmica fascinante.
Com todos os seus perigos e riscos, com todos os desafios e superações, com todas as surpresas boas e outras nem tanto.Nada é igual embora pareça se repetir.
Reagimos sempre sob a lei da oferta e procura. Temos o poder de escolher como agir.Aprendi verdades comigo. Deixo claro que são minhas, porém compartilho, e quem sabe alguém as aproveite.
Tornar a convivência consigo mesmo algo suportável e prazeroso é o primeiro passo para aprender a conviver harmoniosamente com os outros e suas diferenças de personalidade e comportamento. É uma delícia descobrir coisas de você em outra pessoa.
E é por isso que cada vez mais acredito que cada um tem um papel importantíssimo quando passa a fazer parte da vida de outra pessoa.
Aprendemos sem saber como acontece e da mesma forma ensinamos, sem saber que o fazemos.Diante de uma situação indefinida,intrigante,uma coisa é fato: o NÃO é a única certeza que temos. O que é que te impede de arriscar? Arrisque o SIM, o máximo que pode acontecer é as coisas continuarem como estão. Porém, pense na alegria que vai sentir se o SIM vier como resposta. Vá e faça, peça, diga, declare. Aja !!!!! Jamais deixe que o medo de tentar te paralise, seja lá o que for.
Existe uma troca constante, uma alternância de contrários nesse dinamismo que é o viver. Nunca se ganha alguma coisa sem se perder outra. Por exemplo: você “perdeu” um final de semana trabalhando horas a mais. Por outro lado, essas horas se transformaram em renda extra e com esse dinheiro você pode passar um final de semana em um lugar bacana na companhia de alguém que goste muito.
Nada é tão ruim ao final como parece a princípio. É só transformar a maneira de enxergar os fatos.O medo de perder faz com que a gente deixe passar muitas oportunidades de sermos felizes. E o arrependimento é uma sensação muito pior que o medo.
Gertrude Stein disse sabiamente : “Tudo é tão perigoso, que nada é realmente assustador”.
O que estamos esperando?

domingo, 23 de março de 2008

Dois Lados do Mesmo Espelho.



A vida é um movimento constante. Por mais rotineiros que sejam nossos dias, por mais que saibamos como tudo vai acontecer, sempre há algo que não se repete.

Há sempre isto ou aquilo que vai te levar a uma situação inusitada, uma mudança de pensamento ou comportamento.

Edson Marques disse em um dos seus textos que eu mais gosto: “Só o que está morto não muda”.

Levando em conta essa afirmação, penso que a mudança é das atitudes mais difíceis e grandiosas que alguém pode assumir em sua vida. Há pessoas que têm facilidade de adaptação, de compreensão e aceitação. Mas continuam insistindo num padrão. Para alguns, mudar significa exposição, demonstração de fraqueza. Voltar atrás numa decisão então, é o mesmo que condenar-se à morte.

Mudança é sinônimo de coragem. É despir-se da vaidade, do orgulho e muitas vezes da intransigência e inflexibilidade instaurada no espírito ao longo de muitos anos onde se segue acreditando naquilo que foi imposto por leis, por religiões, pela ciência e por que não, pelas pessoas do seu convívio.

Conhecimento é crença e é algo totalmente relativo. A Filosofia do conhecimento como forma de poder. O Poder é a Verdade. A Verdade é Sabedoria. Mas até que ponto? Qual a verdade em que está descrita e fundamentada a sabedoria que leva ao poder?

Não existe verdade senão aquela que cada um de nós carrega em si. A sua verdade jamais será igual à minha e é isto que torna a vida cheia de interrogações sem respostas exatas. A beleza particular de cada um está aí. Na maneira como cada um absorve de forma diferente um mesmo fato.

E é neste aspecto que a mudança se torna atuante. Ela á a chave para mostrar-nos o caminho de tentar interpretar à maneira do outro aquilo que antes víamos a frente como se estivéssemos adornados e limitados visualmente por um cabresto. Para mudar, é necessário um mergulho profundo dentro de si e saber que qualquer mudança que ocorra externamente num instante, já se instalou dentro de você há muito tempo antes. E submergir num processo de mudança, é quase sempre doloroso.

Toda mudança vem sinalizada por uma inquietação. Uns mudam os móveis de lugar, uns começam uma dieta, uns cortam o cabelo. Não importa.

O que é certo é que tudo acontece num caminho de mão única: o de dentro para fora.

Feche os Olhos e Coma o Morango!



A cada dia que passa aprendo que a vida nos reserva tantas surpresas, humildes muitas vezes, mas de um conteúdo imensurável.

As pessoas vivem entregues às grandes realizações, grandes sonhos e se esquecem de viver os detalhes pequenos que são fonte infinita de felicidade.

Algumas das delícias da vida estão em reconhecer o verdadeiro valor de gestos muitas vezes sem importância, que em algumas ocasiões poderiam passar despercebidos. Porém, quando temos a visão além, conseguimos enxergar com os olhos da verdade, da realidade e viver um momento simples e corriqueiro com tanta plenitude e alegria, que se torna eterno, inesquecível.

Em virtude disso, me lembrei de uma parábola citada por Roberto Shinyashiki num de seus livros e narrada de forma louvável em muitos de seus cursos.

“... Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Acima dele, havia um urso imenso querendo devorá-lo. O urso urrava, mostrava os dentes, babava de vontade de saborear o prato que tinha abaixo dele. Abaixo do sujeito, prontas para estraçalhá-lo quando caísse, estavam seis onças tremendamente famintas.

Ele erguia a cabeça quando olhava para cima e via o urso. Baixava-se depressa para que ele não lhe arrancasse a cabeça. Quando o urso dava uma folga, ouvia as onças arranhando o barranco próximo aos seus pés. Em cima um urso faminto querendo devorá-lo, embaixo as onças querendo comê-lo.

Em um determinado momento, olhou para o lado esquerdo e viu um morango lindo, vermelho, com aquelas escamas douradas refletidas pelo sol. Num esforço sobre-humano, apoiou seu corpo sustentado apenas pela mão direita e com a esquerda colheu o morango.

Quando pode olhá-lo melhor, ficou extasiado com sua beleza. Então fechou os olhos e levou o morango à boca, deliciando-se com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo saborear aquele morango tão lindo e saboroso.

E então, ficam duas perguntas:

- Mas e o urso?
Dane-se o urso, coma o morango!

- E as onças?
Azar das onças coma o morango!”

Não importa quantos ursos e onças você tenha de enfrentar, mas que você possa e saiba saborear os morangos que lhe aparecerem, sempre.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Páscoa - Celebrando a Vida



O silêncio grita. Parece estranho, mas é no silêncio que encontramos as respostas para aquilo que não entendemos.

É necessário voltar-se para si, para aquilo que você é. Muitas vezes é necessário enfrentar a morte, que nem sempre significa a morte da matéria, mas a morte como ferramenta que transforma e que faz renascer, ressuscitar ainda que no mesmo corpo numa nova condição.

Não importa a religião ou a fé professada. Hoje é um dia especial, é um dia para refletir e entregar ao teu DEUS aquilo que você precisa ver morrer para ressuscitar renovado.

É dia de entender o real significado do amor, da entrega, da perseverança, daquilo que te move a ser gente.

Não uso este espaço normalmente para defender religião, nem a minha, nem qualquer outra, mas senti necessidade de compartilhar a minha morte.

Tudo o que morre, recebe a graça de ressuscitar mais forte, renovado.

Basta pensar na natureza. Tudo se transforma. A chuva cai e se transforma em mar, rios, lagos; os animais e vegetais morrem e viram adubo, força para os que virão depois deles.

E assim somos nós. São Francisco de Assis é bem explícito quando canta na sua oração: “E é morrendo que se ressuscita para a vida eterna”.

Que nesta Páscoa as pessoas consigam entender o que ela significa. Que não seja o chocolate, o descanso do feriado, o bacalhau e outros símbolos usados tão mesquinhamente por nós para celebrar esta data.

Que seja sim, para celebrar com amor de filho a vida que nos foi dada pelo filho Dele.

Que seja sim, para sair do calvário particular, descer da cruz e seguir a vida, acreditando na ressurreição de cada dia, celebrando a vida a cada nova manhã e agradecendo por ela, que é nossa maior dádiva.

Feliz Páscoa.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Pérolas Cor-de-Mel



Outro dia chegou e trouxe consigo um novo sentido.
Fiquei vasculhando meus arquivos internos e não encontrei algo semelhante a este estado em que me encontro.
Encontrei em todos os momentos que vivi e em tudo o que vi uma alegria incomum. Conheci com clareza tudo aquilo que agora desejo.
Se for passageiro ou se esse sonho jamais se realizará, prefiro não saber tão já as respostas. Prefiro me perder nos sonhos em que tudo posso ser e ter.
Prefiro a alegria da notícia corriqueira num telefonema rápido, num e-mail sem sentido ou num simples torpedo. Ainda que pareçam sem assunto,querem apenas dizer : " Hei, estou pensando em você agora !"
Tenho o desenho do seu rosto tatuado em minha mente e certamente posso desenhá-lo com as minhas mãos como se fosse uma pintura a todo instante que fecho os olhos.
Parece loucura este estado de felicidade ,mas sinto assim uma alegria infinita, sinto amor. Sem obrigatoriedade alguma, apenas por liberdade.
Você conhece a história das pérolas ? É mais ou menos assim:
Um grão de areia sem querer invade o interior de uma ostra. Ela, para se defender do grão de areia produz uma enzima ( o Nácar) capaz de criar uma cápsula ao redor do grão, que vai formando camadas protetoras ao redor “do agressor”, se solidifica com o passar do tempo e se transforma em uma das obras mais bonitas e mais preciosas da natureza.
Ostras que nunca foram feridas ou agredidas, jamais produzirão pérolas.
Comparativamente ,meu coração é a ostra e você , o despretensioso grão de areia.
Creio na ação infalível do Universo.
E esteja certo , a partir de então ninguém jamais verá outra pérola tão linda assim , pelo menos não como eu vejo,de alma transparente e olhos cor-de-mel.
"Amo por amar e por isso somos livres."

quarta-feira, 19 de março de 2008

Do sonho ao palco.


Num mundo tão materialista quanto o nosso ,é difícil encontrar pessoas motivadas a fazerem o que amam, guiadas apenas pela paixão de sua atividade ,aquilo que realmente lhes faz brilhar os olhos.

Diante disso , acabo me questionando sobre o que realmente vale a pena neste curto período em que passamos aprendendo coisas na Terra - a Vida.
Temos um tempo médio de vida em torno de 70 anos , e grande parte deles , senão mais da metade , passamos nos preocupando com as coisas materiais , com o acúmulo de bens , com o "STATUS" ou em desenvolver uma " carreira de sucesso " para ter TUDO o que o DINHEIRO possa comprar.

A maioria das pessoas se esquece que tudo isso é efêmero , o PODER pessoal vai muito além de apenas TER coisas.
Existem BENS que não há dinheiro que compre , nem PODER que se sobreponha :
- a simplicidade de fazer algo pelo prazer de ver realizada uma vontade , sem se preocupar com o reconhecimento . Porém ,fazendo de uma forma tão integral ,verdadeira e transparente que o SUCESSO chega antes do que se espera;
- a verdade das atitudes e palavras , a emoção posta em cada palavra cantada, em cada nota executada;
- o brilho nos olhos por executar seu trabalho apaixonadamente envolvente , não se importando em abdicar de outras coisas ,usando dos próprios recursos ,sendo paciente na espera do devido retorno , que às vezes nem chega no momento em que se faz necessário;
- a admiração e o respeito que se pode conquistar dos que apreciam de perto,apenas por SER quem e o que É ,tornando o TER apenas coadjuvante ou irrelevante,porém tendo a certeza de que é conseqüência.
Por todas essas coisas , hoje eu digo que durante toda a minha vida busquei isso em mim , mas consegui enxergar em outras pessoas novos caminhos para as grandes conquistas. Tenho aprendido muito sobre perseverança e determinação e eu espero sinceramente um dia retribuir , quem sabe ensinando a outras pessoas.
Desejo que pelo menos uma vez na vida as pessoas possam ser agraciadas com alguém que desperte nelas todas as manifestações de bem-estar e apreço , da mesma forma que aconteceu comigo agora.


" Se é por acaso que as pessoas entram em nossa vida , não é por acaso que permitimos que elas permaneçam. "

terça-feira, 18 de março de 2008

A Pessoa Certa ( Autor Desconhecido )



Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar, é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho.

Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente ta precisando das coisas certas.

Aí é a hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora.

Morrer de amor.

A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.

Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.

Essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível.

Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo perdão.

Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado mas vai estar 100% da vida dela esperando você.

Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo , conseguindo.

E só assim é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: " Graças à Deus deu tudo certo" , quando na verdade tudo o que ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...

Sabedoria Subjetiva.




Quem de nós já não experimentou os extremos da emoção? Você já conseguiu viver uma tristeza profunda sozinho ou uma alegria tão grande que conseguisse guardar apenas pra si?

A vida é assim. Ciclos que se completam. Quando estudava gramática no ginásio, adorava as aulas sobre sinônimos e antônimos. Gosto de contrastes, de contrários.

Minha mente inquiridora não sossega. Fica procurando o direito do avesso. Unindo retalhos de fatos, de conversas, de alegrias ou tristezas como se tecesse uma grande colcha, daquelas que cobriam as camas nos tempos de nossas avós. Um pedacinho colorido, um pedacinho branco, um pedacinho preto. Um pedacinho redondo, um pedacinho quadrado, um pedacinho torto, outro nem tanto. E a vida segue. Um dia após o outro.

Somos animais diferenciados por possuirmos a capacidade de pensar, de raciocinar, embora muitas vezes utilizemos muito mal essa faculdade. Tenho aprendido alguma coisa muito mais profunda com as plantas, embora não se manifestem explicitamente.

Às vezes eu penso que o sentido da palavra animal (o que possui alma) perdeu o sentido. Parece redundante essa expressão, mas é exatamente isso. As pessoas estão vivendo uma fase de desânimo coletivo. Cada um pensando individualmente, olhando apenas para aquilo que é o seu centro, ou como se diz, para o próprio umbigo. Com isso, a tendência é ficar cada vez mais isolado, e condenar-se à solidão, a um tipo de cárcere interno, e às vezes se esquece do lugar que guardou a chave da cela.

O Homem pensa que é auto-suficiente. Que não precisa de ninguém. Ah, se resolvesse observar um pouco mais ao redor, detalhes que dão sentido (ainda que metafórico de certa forma) às coisas reais.

As árvores solitárias não resistem muito tempo à ação da natureza que as criou. Ventos fortes, chuvas intensas, sol. Uma hora, quando elas menos esperam, sucumbem, morrem sozinhas.

Pense agora numa plantação de bambus. Já viu algum plantado sozinho? Certamente não. Eles brotam juntos e formam grandes touceiras. As forças somadas dão resistência. Num vendaval, o que representa um momento muito difícil, quando um deles se enverga muito, os outros ao redor estão lá para amparar impedindo assim que ele se quebre e que morra. As raízes são profundas e dão segurança a todos os outros que estão plantados ao redor. A complacência é a mesma com todas as plantas dessa espécie, e seguem seu ciclo harmonicamente, amparando-se uns aos outros, sem competição. Os bambus mais altos protegendo os brotos do sol e da chuva forte e “a comunidade” toda se firmando para proteger-se integralmente, gratuitamente.

Isso é sabedoria. Bambus não têm cérebro, nem coração, nem amam ou odeiam. Estão lá, cumprindo a missão que lhes foi conferida da melhor maneira que podem e com a simplicidade particular daquele que se doa sem cobrar e sem esperar que o outro lhe faça o mesmo. Isso é amor no sentido real do ser, do sentir e principalmente do praticar.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sábios Provérbios!



A tecnologia nunca vai substituir o primitivo. Podem até andar juntos, mas o primitivo ainda é a base e o que move o mundo, as pessoas e a grande maioria das coisas ao nosso redor.

Desde que o homem moderno descobriu que podia usar a inteligência para desenvolver meios de melhorar sua maneira de viver, a evolução tomou outro rumo, o conforto tornou-se primordial, assim como a necessidade de facilitar a vida de uma maneira geral. Com os avanços, a tendência era de as coisas tornarem-se mais fáceis.O trabalho e a locomoção por exemplo, teriam (pelo menos teoricamente) seu tempo de execução bem reduzido com os avanços tecnológicos.

O problema é que por mais que a humanidade caminhe em direção ao futuro, ficamos cada vez mais presos àquilo que se chama de primitivo.

Qual foi a maior invenção depois da roda? O que seria do mundo se ela deixasse de existir? No mínimo o caos. Imagine sem rodas: os carros, os relógios, os motores de máquinas em geral, trens. Enfim, quase tudo o que existe é movido por uma roda, roldana, engrenagem...

O fato é que por mais que a tecnologia evolua, as coisas feitas ao modo antigo podem até demorar um pouco mais, mas o efeito é o mesmo e em algumas das vezes, até mais satisfatório.

Imagine você numa cidade desconhecida, onde as ruas e avenidas todas são nomeadas por numerais: Avenida 1, Rua 1; Avenida 2 , Rua 2 e assim sucessivamente, inclusive com cruzamentos de números idênticos ( rua 2 x av. 2 ). Para uma pessoa como eu, que nunca gostou de matemática, isso parece um teste de tabuada.

Mas ainda tem um detalhe pior, você ter de ir a um endereço assim : Rua Tal, s/n. Você será um sujeito de muita sorte se o seu amigo tiver um aparelhinho desses de última tecnologia – um GPS. Só um detalhe: teria mais sorte ainda se o GPS identificasse o endereço, digo, se funcionasse perfeitamente no momento em que você pracisa dele, o que nem sempre é fato.

Se isso te acontecer, faça o seguinte: pare em um posto de gasolina e pergunte ao frentista como se chega ao lugar. Provavelmente ele vai te explicar como se chega até o próximo posto e então, você pergunta ao outro frentista como se chega ao lugar. Ufa, que bom , nem era tão longe e o moço teve a boa vontade de explicar direito.

Com tudo isso, além de boas gargalhadas, aprendi que o que é primitivo, ainda funciona, além de confirmar o velho provérbio: "QUEM TEM BOCA VAI À ROMA".

Já quem tem GPS...
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OBS 1 : texto desenvolvido a partir do tema Tecnologia x Primitivo por meio da observação pessoal de Dimi Hycks**.
OBS 2: não há nada contra a tecnologia, ao contrário. Mesmo porque isso se aplica a qualquer outro equipamento ultra-avançado. Uma hora ou outra ele te deixa na mão, afinal, foi a inteligência humana que o desenvolveu.
** Dimi Hycks é baterista da Banda Santo Graal (www.santograalrock.com).
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sábado, 8 de março de 2008

Sublimação



Manifestação sublime da criação.
Ouve suas alegrias, seus lamentos, festeja e brinda com você, cura suas feridas.
Ajuda como pode e mesmo quando não pode estar presente materializa-se em palavra falada ao telefone, num bilhete, numa carta ou e-mail.

Um excesso de cuidado, às vezes mal interpretado de invasão em sua vida, porém cheio de doação de si e amor incondicional.
Harmoniosa mistura de força e doçura, capaz de sacrificar-se por quem ama, sem pensar no próprio sofrimento, apenas querendo o bem dos seus.
Supera as crises. Transpõe obstáculos.

Trabalha, estuda,cuida da casa, dos filhos, do marido, dos pais, dos irmãos, do namorado, dos amigos e de si.
Ainda que seu tempo seja escasso, briga com o relógio, mas dá um jeitinho de estar lá, quando e onde você precisar. Não há quem resista aos seus encantos.
Ela pode estar bem aí, ao seu lado ou em algum outro lugar que mesmo sem vê-la, poderá sempre contar com ela: sua Mãe, sua Irmã, sua Amiga, sua Namorada, sua Esposa, e acima de qualquer título, UMA MULHER QUE TE AMA e é mais feliz porque você existe!

Providência


Já mencionei que escrevo mais com a alma que com a mente. Sinto como se fosse tomada por uma força que não explico, como se as palavras que aos poucos formam as frases e consequentemente explicam meus pensamentos, gritassem no meu peito buscando sair da prisão do interno que sou.

Dadas as regras gramaticais para um entendimento completo daquilo que se quer explanar, é possível através das palavras traduzir fidedignamente as emoções e os instintos, dos mais primitivos aos mais refinados.

Gosto de palavras sublimes e quentes. Gosto de transmitir amor e calor aos que dedicam um pouquinho do seu tempo a ler o que escrevo. Aproveito o momento para agradecer aos elogios que recebo e que me motivam a continuar fazendo o que amo.

Embora seja daquelas pessoas que “falam até pelos cotovelos”, prefiro o dom da escrita ao da oratória. Quando estou junto de outras pessoas, prefiro ser ouvinte e internalizar aquilo que ouço, como se naquele instante eu precisasse de silêncio para “digerir” e absorver o que foi dito. Quando o interlocutor é muito bom, abro todos os meus canais de audição para aproveitar ao máximo aquilo que me é dado, e quem sabe, criar um bom texto para despertar em "quem me lê", o mesmo instinto reflexivo que exercito diariamente em tudo aquilo que falo, leio, escrevo e acredito.

A minha alma vibra paixão pela arte que se manifesta em mim. Por isso, canto, toco, danço, pinto, cozinho, escrevo e amo. Amar é a maior das artes. No amor exercito tornar-me melhor em todas as outras formas da arte que pratico.

Nada disso que faço seria intenso se não fosse a complexidade da paixão que me move a desenvolver o que me faz bem.

Diante disso, digo com propriedade: jamais troque o prazer da vocação pela prisão de fazer algo que o aborreça, ainda que te dê dinheiro. Quando você desenvolver sua vocação com amor de verdade, Deus e todo o Universo se encarregarão de lhe colocar no caminho certo, junto às pessoas certas. Tenho vivido isso diariamente por meio dos meus sonhos tornando-se reais nos sonhos de outras vidas.

Acredite... A Providência Divina é infalível!





sexta-feira, 7 de março de 2008

Dádiva




A vida se constrói no dia-a-dia a partir da busca dos nossos ideais, nas nossas verdades internas com base na nossa fé em Deus e em nós mesmos.
Celebramos as conquistas, choramos as derrotas, repartimos nossa alegria e tristeza.
Somos seres imperfeitos que embora saibamos onde queremos ir, a dúvida de qual caminho seguir muitas vezes nos torna covardes.
De todas as verdades descobertas, vale acreditar que é impossível fugirmos do que somos e que colhemos aquilo que plantamos. Resta-nos aceitar o que ainda não temos, porém sem jamais desistir do que queremos.
A aceitação nada mais é que um tempo de espera, como quem planta uma semente e aguarda a sua germinação, o surgimento das folhas, seu crescimento gradativo até que sua dedicação em cuidar da tal semente, lhe presenteie com flores coloridas e perfumadas ou com belos frutos suculentos.
Ser semente também dói porque existe necessidade de brotar, e ninguém merece ser semente para sempre.
Somos filhos do mesmo Deus, nosso sangue tem a mesma cor da bebida divina.

Vivemos engajados na busca de um amor que nos invada a alma, que nos faça sorrir por nada, que tenha um vínculo tão forte e tão intenso que ultrapasse os pensamentos, os sentimentos e as buscas inúteis. E um dia ele te surpreende e estaciona em sua vida.
O verdadeiro amor não é egoísta, não é possessivo e se fundamenta naquilo que é nossa verdadeira essência. Por isso, não existe amar cedo ou tarde... O amor transcende o tempo e espaço, pois ele já se abriga em nosso ser.
Tudo acontece no momento exato. Se não o procurei antes, é porque no fundo eu já sabia que não chegaria adiantado nem atrasado, viria na hora certa. Por isso, amo e dedico meu amor, apenas.
Seguimos em frente, juntos. Sonhando, dividindo a vida, os momentos inesquecíveis, bons ou ruins, não importa. Estamos no mesmo caminho.
Certa vez ouvi dizer que o amor é o único bem que quanto mais se reparte, mais se tem.
Só gostaria que me fosse respondida uma única questão:
Como posso amar-te ainda mais?

quinta-feira, 6 de março de 2008

O desafio de ser GENTE!



Pessoa. Palavra de origem grega que definia aquele que usava máscaras, como aquelas que não permitiam mostrar a face, nos antigos bailes. Ao longo do tempo incorporou-se ao vocabulário para definir um alguém, o indivíduo.

Qualquer um pode ser pessoa, já que usamos máscaras invisíveis todo o tempo. Somos pessoas em tantas ocasiões. Quase nunca deixamo-nos ver completamente pelo outro. Algumas máscaras caem facilmente, outras parecem ter se aderido à pele.

Ser pessoa é fácil, difícil mesmo é ser Gente.

Ser gente implica em ter responsabilidade para com o outro, porém não domínio nem posse sobre ele. Implica em conhecer este outro e aceitar os defeitos com todas as limitações e imperfeições que são de natureza humana, além de sempre exaltar aquilo que ele tem de melhor. Ser gente é uma relação de troca, que vai além da máscara superficial. Ser gente é desejar acima de tudo que o outro se torne um Ser completo, realizado em seus sonhos e em seus anseios pessoais.

A beleza de ser gente está na alegria alicerçada em se pertencer a uma existência única que deve ser antes de tudo uma experiência de amor a si mesmo. Gente ama-se antes do outro e o amor se expande, transcende e assim toma outra dimensão, alcança outras “gentes”.

Pessoa não ama. Pessoa quer possuir. Ninguém é feliz sendo aprisionado no cativeiro da paixão. Pessoa não vê nada além da máscara.

Ser gente requer aprendizado, quase sempre em um processo mais doloroso e difícil, porém com direito a redenção, libertação e aprimoramento das qualidades mais valiosas desta espécie, dentre elas a principal: a lealdade.

Ser gente é um contínuo caminho de amor livre por si mesmo e pelo outro. Quando se consegue ser gente, a presença torna-se desejável, agradável e quase indispensável. Aquele que pratica o exercício de ser gente é humilde o suficiente para ter coragem de assumir o que não sabe e ensinar aquilo que conhece bem.

Gente cuida da própria vida e não deseja saber quem vai ser eliminado no paredão.

E você, é Gente ou Pessoa?

Gente chega ao final da vida com a certeza de ter aprendido a lição do Pai:
AMA AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”.

Confesso, se morresse hoje, teria cumprido a lição tal como é, certa de ter experimentado viver este dia no céu.




segunda-feira, 3 de março de 2008

Devolução

São incontáveis as pessoas com quem cruzamos ao longo da vida. A maioria delas muito rapidamente, outras algum tempo e as poucas que se tornam importantes sem prazo de validade.

Há duas categorias de pessoas que passam pela nossa vida: as que nos roubam e as que nos devolvem...

Esse final de semana participei de uma reflexão profunda a respeito desta afirmação. Foi uma das experiências mais intensas que vivi e não acredito que vá se apagar de minha memória até meu último minuto.

Há algum tempo, encontrei uma pessoa que “me devolveu” com uma única palavra que disse. Este final de semana pude estar com ela, tão perto... e com isso, me devolveu ainda mais para mim mesma.

Não conseguirei explicar neste exato momento tudo o que quero dizer a esse respeito.

O único sentimento que tenho agora além da emoção é o da gratidão infinita e do amor sem medida que cresce em mim a cada dia, o qual dedico a todas as pessoas que são parte das minhas devoluções e cada uma delas vai saber ao seu tempo em que categoria se encaixa.



sábado, 1 de março de 2008

Não são somente palavras...

Gestação. A palavra escrita é para quem encontra nesta forma de expressão uma espécie de gestação com parto instantâneo. Cada frase, cada texto nasce com um propósito e a partir de uma emoção, um sentimento.

Tenho a impressão de que já gerei tantos filhos que se esperasse por cada um deles durante os nove meses da gestação humana, teria de ter simultaneamente muitas vidas para trazê-los à luz.

Os sentimentos brotam em forma de palavras conexas, que muitas vezes parecem ter forma, cor, cheiro. Manifestam todos os sentidos de uma maneira ímpar e intensa, meio fora de controle. Formulam o futuro, remetem ao passado, tudo ao mesmo tempo nesta espécie de “continuum” espaço além de nossas mentes.

Penso que nada pode deter minhas palavras. Por meio delas eu amo e repudio, me apaixono e esqueço; protesto e compartilho idéias.
O papel muitas vezes é meu melhor amigo. Conto tudo a ele. Ele apenas me “ouve” como pode, não faz críticas, nunca discorda. Porém, a liberdade que me dá para que eu expresse exatamente o que sinto, muitas vezes é limitada pela compreensão daqueles que mesmo lendo, não podem entender o que se passa.

Conto os fatos, invento histórias, reais ou imaginárias, porém todas com uma característica comum: falam dos anseios, das dúvidas, das misérias e principalmente do amor humano.

Nada pode superar o poder de uma palavra escrita. Ela está em todos os documentos da humanidade, contando história de civilizações, contando história de figuras ilustres, contando história de nós mesmos, pessoas comuns, porém não menos importantes.


Não te amo mais!



Clarice Lispector é uma das minhas grandes referências literárias.
Textos graciosos, sutis, cheios de docilidade e amor. Atuais a qualquer tempo, femininos, inteligentes e transbordantes de emoção.

Emoção esta que vivo diariamente e compartilho.
A máxima em bom gosto.



Não te amo mais ( leia de cima papa baixo e depois debaixo para cima )



Não te amo mais


Estarei mentindo dizendo que


Ainda te quero como sempre quis


Tenho certeza que


Nada foi em vão


Sinto dentro de mim que


Você não significa nada


Não poderia dizer mais que


Alimento um grande amor


Sinto cada vez mais que


Já te esqueci!


E jamais usarei a frase


Eu te amo!


Sinto, mas tenho que dizer a verdade


É tarde demais...



Nem exige complemento do pensamento...