sábado, 26 de julho de 2008

Releitura



Nunca acreditei em ganhar as coisas na base do grito, da imposição. Acredito que a paciência é a maior das virtudes que devemos exercitar, sobretudo conosco.

Assistindo a um programa sobre arte, uma diretora de cinema falava de obras antigas das quais estava fazendo uma “releitura” e isto me fez mergulhar neste aspecto da resiliência da alma humana.

Quando era mais jovem, me lembro de uma professora dizendo que só entenderíamos um livro se o lêssemos mais de uma vez, e preferencialmente passado algum tempo, ou seja, em outra fase, outro momento. E só hoje entendo a profundidade desse conselho que se aplica à vida como um todo.

Somos como um livro. Cada um de nós é uma história única e riquíssima. As páginas que escrevemos ou escreveram em nós, são como nossas digitais, ninguém as têm da mesma maneira, embora pareçam semelhantes.

Vejo gente que se aprisionou na própria história, nas páginas que já deveriam ter sido viradas. Vejo pessoas responsabilizando outras pela sua infelicidade. Quanto desperdício de vida, quanto tempo jogado fora, quanta oportunidade perdida. Todos erram, ainda bem. Mas é necessário tirar proveito do erro, porque não é no momento que ele acontece que está a riqueza. Vejo gente reclamando do que perdeu, mas se condena a perder ainda mais pela resistência de seguir adiante para conseguir de novo e melhor.

Quando aprendemos a fazer releituras da vida, assim como na arte, a tendência é que as coisas voltem ao lugar de uma maneira muito melhorada. É necessário ampliar sua percepção e expandir sua consciência.

Quando fazemos escolhas, em quaisquer âmbitos da vida, estamos assumindo riscos. E são pelas oportunidades que podemos experimentar nos riscos que seguimos adiante. O desafio constante é que move a alma em direção ao aprimoramento do Ser.

Muitas vezes, em outra oportunidade, descobrimos nas entrelinhas da releitura outra maneira de enxergar os fatos. Outro direcionamento, umas vezes de um jeito novo, outras vezes de um jeito melhorado. Isso é a lapidação. Isso é amor próprio.

Permitir-se é deixar de lado as amarras. A verdadeira liberdade está na garantia de deixar o passado para trás, depois de ter aprendido com ele.

Embora sejamos comparados à maquinas evoluídas, nossa memória não se apaga com um simples comando. É um arquivo permanente e ativo que te surpreende quando você menos espera. O importante é ter consciência e controle do seu arquivo. É não deixar que o passado te aprisione. É não deixar que o futuro te amedronte e paralise nas incertezas do que poderá vir.

O presente agora lhe pertence. Escolha o tamanho da caixa, o que não importa muito desde que o conteúdo seja o seu melhor. Que o laço seja a esperança, que une duas pontas da mesma fita: aquilo que você foi e aquilo que você poderá ser.

A maneira e a distância entre ser ou tornar-se é só você quem determina.

domingo, 20 de julho de 2008

I'm leaving all behind...

Algumas coisas falam por si, quando em mim não há palavra que traduza o que desejaria expressar.

sábado, 19 de julho de 2008

Encurtando Distâncias

O sentido de perfeição é muito mais mítico que real. Perfeição significa aquilo que já está completo e não necessita ser mudado, e isto em nossa concepção humana é inatingível, pois estamos ainda em estado de feitura, o tempo todo.

Vivemos uma busca interminável de coisas, pessoas, situações onde tudo deve ser perfeito. Deve corresponder à nossa expectativa mais profunda. Quanto engano, quanta frustração que pode ser evitada.

Se partirmos do princípio da nossa própria imperfeição limitadora e olharmos por este prisma para os outros, veremos que eles estão no mesmo processo de evolução e busca que nós, e não devemos, portanto, depositar a responsabilidade de “salvador da Pátria” em nada ou ninguém.

Desde o início do século XX pudemos observar os avanços que a mente inquiridora e criativa do homem foi capaz de transformar em realidade o que antes parecia impossível. Infelizmente, a mesma mente que cria tecnologia e avança em direção ao inimaginável é incapaz de evoluir no mesmo ritmo em busca de si mesmo.

A velocidade com que se obtém informação, a maneira como se chega de um lugar a outro num espaço muito curto de tempo, apenas aumentou a distância entre as pessoas. Somos mestres em demolir pontes e construir muros, porém, não há como consertar, pois são invisíveis.

Ao passar por uma ponte, pude entender o seu profundo significado metafísico. Quem projeta uma ponte, visa encurtar distância, criar um atalho para unir dois pontos dantes incomunicáveis. Alguns desses pontos são unidos por construções fenomenais sobre oceanos, sobre rios, sobre estradas, que ligam bairros, cidades, rodovias. Sugiro aplicarmos a simbologia das pontes em nossas relações.

Às vezes, para chegarmos a algum lugar de difícil acesso, é necessário construir uma ponte. Uma palavra, um gesto ou um olhar simplesmente poderá tornar a barreira mais frágil. Não é necessário chegar demolindo o muro violentamente. È melhor que os tijolos sejam removidos um a um, com paciência para preservar o espaço e para não transformar tudo em poeira e entulho, o que é bem mais trabalhoso e difícil para remover e requer uma força maior.

Melhor ainda quando as pontes começam pequenas, travessias seguras. Confiança, paciência, carinho. São materiais indispensáveis para criar estruturas fortes capazes de suportar adversidades.

Cada coisa há seu tempo. Cada um em seu lugar. Juntos somos mais fortes, mas cada um é um. Devemos nos tornar estrutura para as pontes que virão. Mas o caminho que interliga as distâncias é sagrado e deve ser pisado com cuidado. O que leva uma vida inteira para ser construído, pode ser reduzido a nada em fração de segundos.

Nossa experiência humana perpassa a vida num piscar de olhos. Queira somente o aqui e agora, sempre. Guarde o ontem na caixa e ponha no armário. Não anseie o amanhã bater-lhe à porta.

Hoje é seu dia. Construa suas pontes, e lembre-se que pela eternidade a única pessoa que estará contigo em tempo integral é você mesmo.


domingo, 6 de julho de 2008

Sedução Solitária

Sedução Solitária

Independente e tão sozinha
A contemplar a solidão
Dos que contemplam a sua
Iluminando todos os sonhos
Com a Luz que roubaste do Rei

Suspensa no breu do céu
Estrelas dançam ao teu redor
Enquanto danço ao som da voz
Que me desperta dos sonhos de amor

Soberana da noite
Inspirando a sedução
Feito a pele da fêmea nua
Mulher mutante em suas fases
Indecifrável o feitiço
Misteriosa rainha, Lua!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Tem Língua Pior que Caldeirão Fervente



Foi-se o tempo em que as bruxas eram velhas enrugadas, corcundas, poucos dentes e com verruga no nariz.

A modernidade também chegou para elas. E pasme, você pode ser uma delas. Não, não estou brincando.

O mundo está tomado por gente superficial.
Mulheres deslumbrantes, corpos perfeitos, nariz impecavelmente simétrico. Tudo vale a pena para chamar a atenção. Silicone, chapinha, escova isso ou aquilo, bronzeamento artificial, lipoaspiração. UAU! Que mulherão!

Investem a maior parte do tempo cultuando o que está fora. Parece que dorme num cabide e está sempre com todos os fios de cabelo no lugar. Seria perfeita se não fosse vazia. Não tem olheiras, mau humor, TPM, sua meia fina nunca desfia. É a própria Alice e seu mundo é uma maravilha. Grifes, perfumes e baladas.

Não estou fazendo apologia à feiúra e ao desleixo, mas gostaria que as pessoas de modo geral se atentassem para coisas que realmente fazem efeito na vida.

Hoje foi para mim um dia especial. Percebi que podemos fazer a diferença na vida de quem quer que seja com coisas bem simples. Uma palavra, um gesto, um olhar, muda toda uma concepção de vida, ainda que venha se arrastando e aprisionando há anos.

Os que me conhecem há algum tempo sabem que venho me transformando, fisicamente inclusive, nos últimos dois anos. Não tem sido fácil, mas tem valido a pena. Tudo aquilo que você deseja, se houver intenção real, se a vontade partir de dentro, do interior da sua alma, se materializa. Além do mais, não deve agredir a ninguém.

Não me importa que me chamem de tola. Faço o que julgo certo, porque não são somente minhas as decisões. Não me importa que me julguem sonhadora, pois faço e busco ser tudo aquilo que acredito para mim e aos que amo de verdade.

Não me diz respeito quando dizem que meus esforços, meu trabalho e meus sonhos não me levarão a lugar algum, pois eu sei que aquilo que me pertence, não será de outra pessoa, nem os sofrimentos.

Você pode ter e ser o que quiser, mas se não tiver Fé em Deus e em você, me perdoe a sinceridade, você não tem nada.

Sei que as bruxas que andam a solta por aí, desejam minha coroa, meu castelo e meu príncipe e andam fazendo de tudo para eu continuar como gata borralheira. Podem continuar.

Só não se esqueçam de uma coisa, de chinelo ou sapato de cristal, o que é conquistado por direito jamais é perdido.

Ser princesa, não é questão de posse ou poder. È atitude. As únicas leis que me guiam são a gentileza e principalmente o Amor.

As melhores coisas da vida são de graça.
Quanto vale o sorriso de alguém que você ama?