sábado, 13 de dezembro de 2008

Se conselho fosse bom...


Às vezes acho que tenho tempo demais, outras vezes acho que ele me falta e me trai.

Quando me olho no espelho, vejo os olhos esbanjando vida como se os anos não tivessem passado. Ao passo que ao olhar no mesmo espelho, esses olhos vêem na pele a denúncia nas marcas que estão ficando cada vez mais visíveis, indicando que há uma história de alegria ou dor que corresponde a cada uma delas.

Bom seria se tivéssemos controle sobre ele e pudéssemos realizar todas as coisas que desejamos sem ter a preocupação de não estarmos mais aqui antes do tempo. O que não nos cabe no entendimento é que nunca deixamos essa vida antes do tempo, mas no tempo exato.

Também não sabemos quanto tempo seria suficiente para fazermos todas as coisas que achamos importantes.

Talvez se nos fossem dados duzentos anos, ainda achássemos pouco. Tem gente que vive trinta e julga ter vivido no mínimo o dobro, por não ter feito na vida aquilo que gostaria.

Tem vida que se esvai e se acaba como uma vela que queima rápido ou que o vento apaga o pavio.

A vida inteira é um termo vago. Não sabemos quanto dura uma vida inteira. A minha vida inteira até agora conta trinta e cinco anos e eu penso às vezes não ter feito nada.

Por um lado é bom ter a consciência de que não se fez nada e que ainda há tudo por fazer, mas quanto tempo será que ainda resta para esse tudo?

Existe uma frase com certo tom engraçado e ao mesmo tempo mórbido, circulando por aí que diz: “Viva todos os dias como se fosse o último, porque qualquer hora dessas você terá certeza”.

Muita gente pensa que o tempo é um inimigo, quando na verdade é completamente o contrário. É justamente a certeza da incerteza que nos move para frente, nos faz buscar sabedoria e entendimento sobre o que pode nos tornar melhores.

Ser melhor para ter uma vida melhor está subentendido em gestos simples que muitas vezes julgamos desnecessários.

Você se tornará melhor para o mundo quando for melhor para você mesmo. As maiores virtudes de todas são a paciência e a gentileza consigo.

Experimente sorrir para você no espelho pela manhã. Veja como seu dia se torna mais leve, seus problemas menores e seu corpo mais ágil.

Existem palavras que caíram em desuso, porém são mágicas: obrigado, por favor, com licença.

O dinheiro é necessário sim, e como é bom tê-lo. Mas ainda mais importante que isso é poder ter saúde para desfrutá-lo: cuide-se – do seu corpo, da sua alma e mente e também do seu ambiente.

Alguns gestos são curativos para quem doa e para quem recebe. Sorria sinceramente para as pessoas que você ama. Abrace-as efusivamente.

Há momentos em que as palavras são tão desnecessárias quanto o som para os surdos.


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