domingo, 9 de agosto de 2009

Duas Metades não Formam Um Inteiro

As minhas imperfeições que não deixam de ser apenas limitações, justificativas plausíveis e temporárias, algumas até permanentes cravadas no SER,não impedem minha evolução em busca do aprimoramento pessoal.

Muitas vezes atitudes mal interpretadas levam algumas pessoas a enfrentarem o fantasma temido da decepção.

Eu sinceramente fico feliz quando alguém diz estar decepcionado comigo. Quando alguém se decepciona com a gente, automaticamente nos liberta dos pensamentos aprisionadores de sermos quem ele ou ela pensava que fôssemos para assumirmos o papel de sermos o que e quem realmente somos.Isso foi uma reflexão feita pelo amado Pe. Fábio de Melo em uma de suas pregações que me fez estar de pleno acordo e tomar como minhas as palavras.

Liberdade é muito mais do que o significado da palavra. É muito mais complexo do que se pode entender. Clarice Lispector certa vez divagou sobre liberdade com uma frase assim:” Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”

Nós também não sabemos o que ou quem procuramos, porque o fazemos e nem onde podemos encontrar. Nossa insatisfação é crônica, intrínseca, muitas vezes transborda os poros. Nem nos damos conta que gestamos tudo o que queremos alcançar.

Somos todos grávidos de nós mesmos, de nossos sonhos. Dos mais simples aos mais absurdos e principalmente daqueles que nem ousamos conceber pelo medo antecipado do fracasso.

Buscamos felicidade fora de nossa alma sem nos darmos conta de que ela já nos habita. Preferimos delegar às pessoas e às coisas a responsabilidade de nos fazer felizes ao invés de já termos a felicidade como pré-requisito para continuar vivendo.

Nos cegamos diante das coisas mais simples e adiamos mudanças importantes por acreditarmos erroneamente que elas se darão por si. Nos condenamos ao cárcere do comodismo por acreditarmos que recomeçar é muito difícil ou até impossível.

Felizmente as coisas não acontecem como um passe de mágica. Mesmo sendo graduais, elas são processuais. Ninguém enriquece da noite para o dia, nem empobrece da noite para o dia. Ninguém de repente encontra seu grande amor, se realiza profissionalmente, mora na casa dos seus sonhos, tem uma saúde perfeita ou obtém seja lá o que for sem trabalhar em si todos esses desejos, sem estabelecer metas concretas e sem caminhar com retidão pelas estradas que levam à concretização dos seus anseios. Devemos desejar e trabalhar pelo melhor, porém sem construir alicerces em chão de areia. Tudo deve ser estabelecido em chão firme para que não haja risco de desmoronamento, tornando vão todo o sacrifício envolvido.

Erramos sim, muitas vezes com a intenção de acertar, porém, algumas delas, já sabemos que estamos errando e ainda assim prosseguimos. O nosso sensor de erro e acerto está devidamente implantado em nossa consciência, nossa alma. Quando algo não vai muito bem, nosso instinto nos avisa e nos inquieta e cabe a nós sabermos interpretar os sinais para evitar as catastróficas frustrações que trazem consigo uma carga imensa de culpa.

Se algo em sua vida nesse momento o desagrada, o primeiro passo é aceitar sua condição inicial. É a partir disso que se pode mudar e ir além.

Diante da vida somos todos iguais, filhos do mesmo Deus, possuidores das mesmas capacidades intelectuais, talentosos, admiráveis, belos e agraciados com a capacidade ímpar de amar a outros iguais a nós.

Antes de compreender, compreenda. Antes de ser perdoado, perdoe. Antes de querer calar, cale-se.

Só encontra a verdadeira paz quem a semeia e cultiva e isso requer comprometimento e assiduidade.

Reconheça seus limites, reconcilie-se com eles e antes de qualquer coisa, ame-se. Obedeça a ordem do Pai quando diz: “Ama a teu próximo como a ti mesmo”.

Se queres amar e ser amado, esteja íntegro e deseje a integridade da outra parte. Ninguém pode ser feliz ao lado de alguém que é apenas metade.

O amor só tem força para ser concreto quando é resultado da soma de dois seres inteiros.



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