quinta-feira, 10 de abril de 2008

Temperos...



Às vezes ao fecharmos os olhos, nos lembramos assim meio sem querer de um lugar, de um dia, de um sabor.

Tem sabores que nos levam para longe, numa determinada fase da vida. As lembranças ligadas aos sabores normalmente são repletas de alegria, como dos doces da nossa avó ou da nossa mãe quando éramos crianças.

Temos uma necessidade quase fisiológica de variar os sabores. Tem comidas que se pudéssemos comeríamos sempre, mas tem um detalhe: isso acontece porque esse sempre não é todo dia.

Tem comidas que experimentamos e não sentimos nada, falta tempero.

Os relacionamentos e as pessoas também são assim. Podemos perceber isso nitidamente naqueles momentos em que passamos por tribulações, quase sempre nos sentindo sem graça, ou como se diz “fulano está sem sal nem açúcar”, parece comida sem tempero.

Existem os relacionamentos apimentados, melados, açucarados. Podem vir dos amigos, parentes, amores.

Sempre existe aquele alguém que empresta sabor à nossa vida, põe um tempero diferente do qual você nem tinha conhecimento da existência.

Tem gente que chega despretensiosamente e transforma um limão numa torta ao invés da tradicional limonada. Tem gente que é doce sem precisar refinar.

O sabor vem das palavras, das atitudes, das músicas, dos sorrisos, da companhia, da solidariedade, dos abraços, dos sonhos... São os temperos.

A mistura disso tudo só pode ser ingrediente indispensável nesse banquete que é a vida.

É poção mágica que rejuvenesce, alegra, embeleza, empresta o sabor ao que parecia não ter gosto algum.

Às vezes vem em forma de amizade. Às vezes em forma de amor fraternal.
Mas estou falando de AMOR (com letra maiúscula), desses que a gente sonha que seja de verdade!

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