sábado, 8 de novembro de 2008

Robin Hood, de novo

Talvez o meu espírito seja menos politizado que futebolístico. Mas resolvi expressar nessas linhas a expectativa de uma cidadã do mundo diante dos acontecimentos dos últimos meses.

Já que o direito da livre expressão me é garantido, lá vou eu.

Algumas nações na última década vêm quebrando paradigmas quanto à eleição de seus representantes diante do mundo.

A eleição do presidente Lula no Brasil, é a mais forte expressão da crença popular na história de Robin Hood. Não que o governo esteja tão ruim, mas vai longe da realidade de que seria limpo como ele pregou durante todo o tempo de militante do partido fundado por ele na década de oitenta. Deixo claro aqui que meu posicionamento político é o oposto do presidente, portanto minha consideração é meramente comparativa.

Agora, lá vem Obama. O planeta inteiro esperava a decisão dessa disputa eleitoral nos EUA.

A Casa Branca agora recebe um afro-descendente, idealista e que grita aos quatro ventos: YES, WE CAN!

Sim, nós podemos! Todos podem!

Salvo o conservadorismo ao qual ele se diz fiel, será que a idéia de inserir mudanças não é um tanto contraditória?

Tenho minhas dúvidas quanto às expectativas depositadas no tal homem. Na noite em que ele foi declarado o presidente eleito, confesso que até eu fiquei feliz com a coragem de o povo americano abraçar um modelo diferente do que vinha sendo praticado ao longo de anos e anos de história. Obama veio para inaugurar novas estatísticas e quem sabe presentear aqueles que já estavam descrentes com alguma fagulha de esperança.

Ora, se a crise é mundial, não vejo razão para atribuir a um único homem, ainda que seja o presidente do país mais importante do mundo, a responsabilidade de consertar tudo o que está estragado. Ou será que estão pensando que só porque ele veio de um clã menos favorecido, agora ele vai ser Robin Hood também? Só para preservar a identidade de bom moço, não acredito.

Precisamos todos ter a consciência que bondade não tem nada a ver com coerência.

Precisamos acreditar em mudanças sim e lutar para que elas aconteçam, mas não rotulá-lo com o estigma de “SALVADOR DAS PÁTRIAS”.


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