domingo, 18 de janeiro de 2009

Quanto Vale o Show?



Ah, o tão sonhado período de férias. Depois de um longo ano de trabalho árduo, o merecido descanso. Mesmo para quem resolve –mesmo que sem motivos- passar as férias em casa, São Paulo e suas cidades oferecem uma diversidade de atrações para todos os gostos e bolsos, uma vez que existe atividade cultural indiscutivelmente intensa.

Sempre existe aquele dia em que você não programa absolutamente nada e as coisas, como que por mágica – ou malabarismo – acontecem.

Num desses dias de não fazer nada, fomos lanchar numa padaria não muito longe daqui e o não fazer nada começou a se transformar em um programa cultural divertidíssimo, a começar pela tradução simultânea em inglês do cardápio da padaria. Você consegue se imaginar numa viagem por qualquer país que fale inglês e pedir um “X - Everything”? Pois é, nem nós imaginávamos e isso não foi o pior. Sem contar com a propaganda de uma conhecida escola de idiomas impressa nas páginas do cardápio endossando (?) a tradução, mas isso é uma outra pauta.

Nós já tínhamos quase esgotado nosso repertório de conversa e gargalhadas quando resolvemos voltar pra casa.

Todas as vezes que resolvemos ir lanchar nesse lugar, se sou eu quem está dirigindo, costumo fazer um mesmo caminho, mas naquele dia, por acaso – ou não - voltei por um caminho diferente do de costume.

O semáforo de uma das avenidas fechou, e como há cultura de sobra nas ruas, havia um malabarista demonstrando suas habilidades bem em frente a nós que assistimos ao show na primeira fila.

Como é sabido, esses artistas ao terminarem a apresentação, passam de janela em janela por todos os carros arrecadando as contribuições dos – sem alternativa - “expectadores”.

Meu carro não é novo, tem pelo menos quinze anos de uso, embora até esteja em bom estado. Caso é que terminado o show, o artista passou pelo carro e fez que nem viu! Já foi logo pedir a contribuição para o motorista do carro que estava atrás, por sinal muito mais novo que o meu. Ora, naquele momento me deu uma pontinha de raiva pelo preconceito do rapaz. Talvez tenha me julgado “falida” só porque o carro é velho.

Se você tem um carro nas mesmas condições do meu e aprecia esses shows ao vivo, é hora de aproveitar. Sabemos que os carros com mais de vinte anos de uso já não pagam IPVA, e a partir desse dia eu soube, que carros com mais de quinze anos de uso, isentam seus motoristas e acompanhantes de contribuir com shows de rua.

Claro que isso rendeu assunto e gargalhadas pelo restante do caminho.

Preconceito a parte – mesmo que não de minha parte – nem tudo é tão ruim quanto parece ser.

Talvez eu devesse ter contribuído para surpreender o moço, numa próxima ocasião quem sabe?

Mas, pensando bem eu poderia processá-lo por discriminação... Huuuummm?????

Um comentário:

O Profeta disse...

A terra adormece no nevoeiro
Tenho a pressa do vento
Um coração errante procura
A doçura de terno momento

Frágil e palpitante luz
A beleza voa com a manhã
O mar solta na terra ternos murmúrios
Perde-se na espuma toda a palavra vã


Dança comigo ao som da Lira


Boa semana


Mágico beijo