terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sob os olhares do céu e do mar


A cada dia bem vivido descobrimos algumas das coisas que fazem a vida se tornar mais interessante.

Quando comecei a escrever, pensava em ter meus textos publicados nos grandes veículos de comunicação e ao mesmo tempo refletia sobre que tipo de pessoas se interessariam por aquilo que eu escrevia.

O tempo passou por vezes generosamente, outras nem tanto, mas nunca deixei de escrever para o meu público, que no fundo sou eu mesma.

Descubro-me por meio das palavras que fluem, porque são ditadas pela minha alma.

Escrevo para não deixar que minhas memórias se percam e para que minha história se alicerce em fatos concretos, experienciados, temperados às vezes amargamente em dores quase intermináveis e em sorrisos que eu sonhei durarem pela eternidade.

Há poucos dias experimentei a delícia de redescobrir um caminho. Até as cores ficaram mais vivas. Havia uma paisagem já tão familiar, mas cada momento se descortinava diante dos nossos dois pares de olhos. Ora nos acompanhavam palavras quase balbuciadas. Ora a trilha sonora escolhida quem sabe até pelo destino e o cheiro de queimado das lonas de freio dos caminhões misturados ao calor do sol,da estrada e o perfume exalado da mata que nos vigiava sorrindo silenciosamente.

Ao longe avistamos o mar que parecia igualmente nos sorrir. Caminhamos ao encontro das suas águas tépidas que não tardaram em beijar-nos os pés. Puro deleite.

Tantas foram as palavras ditas em momentos de profundo silêncio. Anônimos ao nosso redor não nos notaram nem foram notados e o tempo pareceu parar.

Desejamos tão intensamente que isso realmente pudesse acontecer, mas passados os instantes, a vida nos chamava de volta. Não nos restou alternativa senão atender à mestra.

O tempo, implacável correu como louco e nos alcançou pela estrada a fora. Sãos, salvos e felizes, entregues ao nosso destino, retornamos ao ponto de partida.

Saciados os desejos, guardamos a memória do tempo bom que passamos juntos. Naquele dia, dois transformaram-se em um. Só mesmo o céu pode ser testemunha do que se passou em nossas almas e só o céu sabe o significado do que não fora dito, mas sentido, nesse dia que agora só pertence ao passado e às memórias de nossa história.











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